Instituto Pensar - Após pressão, desmate na Amazônia sofre primeira queda em 14 meses

Após pressão, desmate na Amazônia sofre primeira queda em 14 meses

por: Eduardo Pinheiro 


Antecipado pelo vice-presidente Hamilton Mourão, dados do Inpe que serão divulgados hoje mostram redução de 28% nos alertas de desmatamento na Amazônia em julho, na comparação com o mesmo mês de 2019. Os índices estavam há 14 meses sucessivos em alta.

Coordenador do Conselho da Amazônia e responsável pela Operação Verde Brasil 2, Mourão destacou o primeiro número positivo de 2020 em suas redes sociais. Segundo o gráfico divulgado pelo VP, o mês teve alertas de desmatamento de 1.622,64 km2, ante 2.255,33 km2 em julho de 2019.


Apesar da queda, trata-se do segundo pior julho da série histórica do Deter, de cinco anos. Julho do ano passado teve o pior dos registros, considerado catastrófico por especialistas – 200% acima do pior valor até então (julho de 2016).

Cálculos feitos pelo Estadão também apontam que mesmo com melhora os alertas do Deter devem fechar em mais de 9.170 km² para o período de agosto de 2019 a julho de 2020, ante 6.844 km². O valor fechado dos 12 meses, calculados sempre de agosto a julho, deve indicar avanço de 34% no desmate, o maior desde 2016.

Desmatamento é preocupante

Ao Estadão, o pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Raoni Rojão afirmou que, apesar de o número de julho ainda ser muito alto, pode representar "uma quebra de tendência do aumento constante” dos últimos meses. "Mas isso ainda não significa que está sob controle. Não é uma vitória. Uma pequena batalha foi ganha, mas tem agora de aprofundar as ações, engajar de maneira mais séria.”

Outros especialistas também se preocupam com a política ambiental do governo Bolsonaro em relação a Amazônia.

"É uma situação muito complicada, porque em outros momentos de grandes crises na Amazônia, os governos procuraram agir. Na década de 1990, o governo Fernando Henrique aumentou o tamanho da Reserva Legal (área de propriedades privadas que tem de ser protegida) para 80% na Amazônia. Nos anos 2000, foi criado o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).”, afirmou Márcio Astrini, secretário executivo da rede Observatório do Clima.



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